O Natal chegou mais cedo para muitos gestores municipais em Sergipe. A tão aguardada primeira parcela dos recursos provenientes do leilão da Deso será paga nesta segunda-feira, 23 de dezembro. No total, mais de R$ 1,1 bilhão será distribuído entre os municípios, garantindo uma folga financeira estratégica para as contas de fim de ano.

Com o equivalente a 60% do total arrecadado no leilão, essa parcela inicial promete ser a salvação para muitos prefeitos que encerram seus mandatos com a necessidade de equilibrar balanços e organizar as finanças públicas. Já para os futuros gestores, que só assumem em 2025, o momento é de articulação e até mesmo judicialização para garantir que o "presente" fique para o próximo ano.

Quem recebe o quê?

• Nossa Senhora do Socorro: R$ 105.003.428,63


• Itabaiana: R$ 56.558.571,93


• Lagarto: R$ 55.478.926,54


• São Cristóvão*: R$ 55.198.825,96


• Estância*: R$ 37.359.280,63

*Municípios com SAAEs também terão direito a indenizações, com São Cristóvão recebendo mais R$ 9 milhões e Estância, R$ 7,2 milhões.

A chegada dos recursos tem gerado uma ansiedade natural entre os gestores. Para quem está concluindo o mandato, o dinheiro é visto como a chance de fechar o ano com as contas equilibradas, melhorar indicadores fiscais e, quem sabe, deixar uma boa impressão.

Enquanto isso, há novos gestores recorrendo à Justiça para segurar o repasse para 2025, garantindo que o uso do recurso fique sob sua administração. Uma jogada estratégica, mas que tem causado certa insatisfação entre os atuais prefeitos.

Segundo a legislação, o uso dos recursos será direcionado a áreas específicas, como infraestrutura, projetos ambientalmente sustentáveis e pagamento de precatórios. No entanto, caberá ao Tribunal de Contas do Estado monitorar o destino dessa bolada milionária, garantindo que o dinheiro seja utilizado conforme previsto na lei.

Enquanto isso, o clima é de euforia para uns e de cautela para outros. Afinal, seja agora ou em 2025, o que está em jogo é a construção de um legado administrativo que ficará marcado para sempre na história de cada município.

O fato é que, independentemente do destino final, o “Papai Noel da Deso” chega para salvar o Natal dos municípios sergipanos. Resta saber se os prefeitos usarão o presente com responsabilidade ou se será apenas mais uma festa para contar história.