Palmeiras e Flamengo: A hegemonia que redefiniu o futebol brasileiro
Com gestões eficientes e investimentos bilionários, os clubes dominaram títulos, G-4 e o cenário continental na última década

A última década do futebol brasileiro foi marcada por uma hegemonia escancarada: Flamengo e Palmeiras tomaram conta da elite nacional. Seja por títulos, presença constante na parte de cima da tabela ou protagonismo continental, os dois clubes não só dominaram o Brasileirão como também firmaram presença contínua na Copa Libertadores e na Copa do Brasil, transformando-se nos grandes projetos do futebol brasileiro moderno.
Com quatro títulos brasileiros nos últimos 10 anos (2016, 2018, 2022 e 2023), o Palmeiras é o clube com mais conquistas no período. A regularidade é ainda mais impressionante: o Verdão esteve no G-4 em 8 das últimas 10 temporadas, somando 747 pontos entre 2015 e 2024, o maior total do futebol brasileiro.
Além disso, o time alviverde conquistou duas Copas do Brasil (2015 e 2020) e brilhou na Libertadores, com dois títulos consecutivos (2020 e 2021). Com a classificação para a edição de 2025, o Palmeiras alcançou um feito inédito: 10 participações consecutivas na Libertadores. Em 2024, o clube ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 1 bilhão em receita, reafirmando sua solidez financeira e se juntando ao seleto grupo de clubes com essa marca.
O Rubro-Negro carioca empilhou conquistas: dois Brasileiros (2019 e 2020), duas Libertadores (2019 e 2022), uma Copa do Brasil (2022), além de cinco finais continentais nos últimos anos. Desde 2017, o clube está presente em todas as edições da Libertadores. A equipe de 2019, sob Jorge Jesus, é considerada a mais dominante da era dos pontos corridos, com 90 pontos e 86 gols marcados.
Financeiramente, o Flamengo é referência. Superou a casa de R$ 1 bilhão em receitas por quatro anos consecutivos, feito só igualado por Corinthians (2023) e Palmeiras (2024). Esse poderio econômico foi fundamental para montar elencos competitivos e se manter como um dos clubes mais temidos do continente.
O Timão conquistou dois títulos do Brasileirão na década (2015 e 2017) e seguiu relevante em competições nacionais e continentais. Em 2023, alcançou R$ 1,003 bilhão em receitas, sua maior arrecadação da história. Porém, o desempenho esportivo não acompanhou as finanças: o clube viveu temporadas irregulares, com diversas ausências no G-4. Ainda assim, segue entre os maiores clubes do país. O passivo, no entanto, preocupa: são R$ 885,8 milhões em dívidas diretas e mais R$ 703,1 milhões da Neo Química Arena, totalizando um valor superior a R$ 1,5 bilhão.
Após 50 anos de espera, o Galo conquistou o Campeonato Brasileiro de 2021, encerrando um longo jejum com uma campanha marcante. No mesmo ano, levou também a Copa do Brasil, alcançando a tríplice coroa nacional ao lado do Mineiro. Desde então, o Atlético manteve-se competitivo, com participações regulares no G-6 e presença constante na Libertadores.
O Grêmio venceu a Copa do Brasil em 2016 e a Libertadores em 2017, consolidando-se como um dos protagonistas da década. Com elenco forte e filosofia ofensiva, o clube gaúcho também foi semifinalista da Libertadores em outras oportunidades. Após o rebaixamento em 2021, voltou à Série A em 2022 e, em 2023, brigou pelo título brasileiro até as rodadas finais.
O Fluminense viveu o ponto alto de sua história em 2023, ao conquistar sua primeira Copa Libertadores. Comandado por Fernando Diniz e com atuações marcantes de Cano, Marcelo e companhia, o Tricolor conquistou a América após campanhas consistentes nos anos anteriores. O clube segue forte em 2024, mirando a disputa do Mundial de Clubes da FIFA em junho.
Botafogo e Bragantino: a nova ordem com as SAFs
A era das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) começou a mudar o cenário nacional. O Botafogo, sob gestão de John Textor, viveu um renascimento em 2024, conquistando o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores — feitos inéditos que recolocaram o clube no topo do futebol sul-americano.
O Red Bull Bragantino, desde a aquisição da empresa austríaca, virou modelo de clube-empresa. Com elenco jovem, estrutura moderna e metas de valorização de ativos, o time disputou Libertadores, figurou no G-6 do Brasileirão e se firmou como projeto estável e visionário no futebol brasileiro.
O futebol brasileiro dominou o continente nos últimos anos. Nos últimos seis títulos da Libertadores (2019 a 2024), todos ficaram com clubes do Brasil: Flamengo (2019, 2022), Palmeiras (2020, 2021), Fluminense (2023) e Botafogo (2024). O país também teve papel decisivo nas decisões da Sul-Americana e da Recopa.
A temporada de 2025 promete ser histórica. Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Botafogo e Atlético-MG chegam como favoritos ao Brasileirão e à Libertadores. Em junho, o Mundial de Clubes da FIFA será realizado nos Estados Unidos, com a presença de gigantes brasileiros enfrentando potências da Europa como Manchester City, Real Madrid e Chelsea. Palmeiras e Flamengo foram os motores de uma revolução no futebol brasileiro — dentro e fora de campo. Mas o cenário foi enriquecido pela ascensão do Galo, a reestruturação do Grêmio, a consagração do Fluminense, a reinvenção do Botafogo e o projeto ousado do Bragantino. Com gestões diversas, receitas bilionárias e protagonismo crescente, o futebol brasileiro vive uma era de pluralidade e ambição global.
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