O mundo silenciou com o sepultamento do Papa Francisco.

Neste sábado, a Igreja e o mundo silenciaram diante do sepultamento do Papa Francisco. Após os ritos solenes cuidadosamente definidos por ele em testamento, foi celebrada a Santa Missa de Exéquias, presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re. Em seguida, o Santo Padre, o Papa Francisco — 266º Sucessor de São Pedro — foi sepultado.
Desde sua partida, na última segunda-feira, a comoção tomou conta do coração dos fiéis. Com sua morte, a Sé Apostólica encontra-se vacante. Vivemos agora um tempo marcado pela oração, pelo recolhimento e pela esperança. Católicos e cristãos de todo o mundo são convidados a suplicar ao Espírito Santo que conduza, com sabedoria, a escolha de um novo Papa, segundo o coração de Deus (cf. At 1,24).
Durante o período da Sede Vacante, conforme previsto pelo Código de Direito Canônico (cân. 335-337) e pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, o governo da Igreja é confiado ao Colégio dos Cardeais. Nesse tempo, os cardeais podem tratar apenas de assuntos ordinários e inadiáveis, sem competência para decisões reservadas ao Romano Pontífice.
Destaca-se, nesse contexto, o papel do Camerlengo da Santa Igreja Romana — autoridade responsável por verificar oficialmente a morte do Papa, comunicar o falecimento às instâncias devidas, selar os aposentos pontifícios e zelar pelos bens e documentos da Santa Sé. Já o Cardeal Decano preside a Missa de Exéquias e convoca os cardeais eleitores para o Conclave.
Concluídos os ritos fúnebres, aguarda-se a chegada dos cardeais a Roma. Reunidos na Capela Sistina, em clima de oração e discernimento, darão início ao Conclave — processo de escolha do novo Pontífice. Apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto e também podem ser eleitos. Para que a eleição seja válida, é necessária uma maioria de dois terços dos votos.
A expectativa é que o novo Papa dê continuidade à missão de misericórdia, escuta e proximidade que marcou o pontificado de Francisco. Entre os nomes mais citados pela imprensa mundial estão cardeais da Itália, da Ásia, da África e da América do Norte. Embora o Brasil ainda não seja mencionado como possível origem do novo Papa, os cardeais brasileiros estarão presentes como eleitores e também poderão ser votados. Acima de tudo, é o Espírito Santo quem conduz esse processo e inspira os corações, suscitando um pastor segundo o coração de Deus — alguém que conduza a Igreja com amor, coragem e fidelidade (cf. Jo 21,15-17).
Neste momento de espera e esperança, convido todos os filhos e filhas da Igreja a se unirem em oração. Que acolhamos com fé aquele que Deus escolher como novo Sucessor de Pedro — o Santo Padre que, guiado pelo Espírito, conduzirá a barca da Igreja pelos caminhos da história com os olhos fixos em Cristo.
Por: Raul Muller
Advogado e Cristão Católico
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