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Estância,12/12/2024

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COLUNA COMUNICANDO com DIOGO OLIVEIRA

Críticas de Sônia Meire expõem contradições estratégicas e dilemas.

Imagem Rede Social
Críticas de Sônia Meire expõem contradições estratégicas e dilemas.

As declarações de Sônia Meire, vereadora pelo PSOL em Aracaju, durante entrevista à rádio Marazul FM 104,9, trouxeram à tona críticas contundentes à condução política do partido em Estância. Suas observações apontam avanços pontuais, mas também denunciam erros estratégicos, desigualdade na distribuição de recursos e uma desconexão preocupante entre o partido e suas bases, especialmente nas eleições de 2024.  


Avanços na unidade de esquerda, mas à custa de coerência

Sônia elogiou a política de alianças em Estância, reconhecendo que o município conseguiu formar uma frente de esquerda nas eleições municipais, algo que não foi alcançado em Aracaju. "Estância deu um exemplo importante de unidade para as eleições municipais", afirmou. Contudo, ela destacou que essa união veio acompanhada de problemas estruturais que fragilizam o partido, como a má gestão de recursos e escolhas estratégicas equivocadas.  


Desigualdade no uso de recursos eleitorais

Um dos pontos mais críticos levantados foi a desigualdade na distribuição de recursos entre candidaturas femininas. Os números não mentem – e nem perdoam. De acordo com o DivulgaCand, o PSOL destinou apenas R$ 13.215 para Daiene Sacramento, mulher negra, militar, com forte enraizamento popular e histórico de militância. Com essa verba reduzida, ela conquistou 231 votos, demonstrando uma eficiência invejável no uso de recursos. Por outro lado, Angélica Sedano, uma desconhecida sem conexão com o partido ou com as bases de Estância, recebeu impressionantes R$ 50.400. O resultado? Apenas 106 votos. A conta é simples: enquanto Daiene investiu aproximadamente R$ 57 por voto, Angélica gastou um assombroso R$ 475 por voto – um desperdício que escancara a falta de estratégia do PSOL. A discrepância nos recursos e no desempenho eleitoral desmoraliza o partido, revelando uma política de prioridades que não valoriza lideranças reais e legítimas. "O PSOL de Estância precisa apoiar quem tem história, militância e capacidade de representar o partido", defendeu Sônia.  


Márcio Souza e o desgaste político

A atuação de Márcio Souza, liderança histórica do PSOL em Estância, também foi alvo de críticas. Sônia destacou que as alianças de Márcio com grupos econômicos em 2020, embora tenham garantido o segundo lugar na época, comprometeram a credibilidade do partido. Em 2024, mesmo com uma inédita aliança entre PSOL e PT, o desempenho eleitoral foi ainda pior, deixando Márcio em quarto lugar. O silêncio de Márcio sobre os erros cometidos é ensurdecedor. Enquanto internamente reconhece os equívocos, publicamente se mantém calado, o que só aprofunda a crise de confiança do PSOL. A liderança histórica parece ter se tornado refém de sua própria trajetória, incapaz de liderar o partido em um momento tão crítico.  

Renovação e retorno às bases

Sônia enfatizou que o futuro do PSOL em Estância depende de uma renovação interna e da valorização de lideranças como Daiene Sacramento, descrita como uma mulher negra, mãe e com trajetória comunitária sólida. Outro nome mencionado foi o jovem militante e poeta Yohan Rayckard, cuja atuação comprometida representa a nova geração de lideranças partidárias.  O jovem militante Yohan Rayckard, poeta e ativista, apontou o que considera a única saída para o PSOL: voltar às bases. Para ele, o partido precisa abandonar estratégias elitistas e apostar em formação política, diálogo com as periferias e valorização de lideranças autênticas. Essa visão encontra eco nas falas de Sônia Meire, que reforçou a necessidade de apostar em nomes como Daiene Sacramento, capazes de traduzir o discurso do PSOL em ações concretas e dialogar com a população.  

"Se o PSOL não voltar às suas origens e não priorizar a formação política e o diálogo com as periferias, corre o risco de perder espaço como alternativa política", alertou Yohan.  

As críticas de Sônia e Yohan convergem para um ponto central: o PSOL precisa repensar suas estratégias, priorizar a coerência entre discurso e prática e valorizar quem tem raízes populares. A reeleição de Isaías Negubia e a significativa votação de Daiene Sacramento mostram que o potencial existe, mas é necessário corrigir os erros para evitar a fragmentação do partido.  

As escolhas recentes do PSOL em Estância não são apenas erros de estratégia; são sintomas de uma crise mais profunda, que ameaça sua relevância política. A desigualdade na distribuição de recursos, a aposta em nomes sem enraizamento e a ausência de autocrítica são sinais de um partido que perdeu o rumo.  O PSOL de Estância está em uma encruzilhada. Ou aprende com seus erros e ajusta o curso, ou continuará desperdiçando recursos, alienando eleitores e comprometendo seu futuro. 

O eleitor estanciano já deu seu aviso. Agora, cabe ao PSOL decidir se vai ouvi-lo ou seguir pelo caminho do esquecimento político. A história é implacável com quem ignora seus próprios princípios. O PSOL tem pouco tempo para corrigir sua rota. Se insistir em estratégias mal formuladas e na desvalorização de lideranças com raízes populares, estará assinando sua própria sentença de irrelevância em Estância.



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